A Granol liderou o 14º leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) - o primeiro realizado para atender à mistura B4 - com um volume de venda da ordem de 61 milhões de litros de biodiesel. No total, o leilão resultou na venda de 460 milhões de litros do produto com a participação de 39 unidades produtoras. A venda teve um deságio de 2,16%, ao preço média de R$ 2,31 por litro. Vale lembrar que o valor estava em R$ 2,36 por litro.
O produto foi adquirido pela Petrobras e pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Os resultados do leilão ainda podem sofrer alterações depois do processo de homologação das ofertas. A nova mistura deve gerar economia de US$ 939 milhões em um ano devido à redução das importações de diesel.
O volume comercializado vai garantir o abastecimento do mercado durante o terceiro trimestre com a mistura B4, que entra em vigor no próximo dia 1 de julho. A expectativa das empresas do setor é a de que uma adição de 5% passe a valer já no próximo ano e que a comercialização, que hoje é mediada pelo governo federal, passe a ser livre.
Anúncios de reestruturação financeira e novos investimentos se no setor de biodiesel se multiplicaram na semana do 14º leilão de biodiesel da ANP. A adição representa uma demanda por mais 400 milhões de litros anualmente, o que leva as companhias de um setor, cujo excedente de oferta tem depreciado continuamente o mercado, voltarem a investir para aumentar a capacidade instalada. É o caso da empresa gaúcha Granol, que realizou um aporte de R$ 44,5 milhões para ampliar sua planta na cidade de Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul. O complexo passará a produzir 280 milhões de litros de biodiesel por ano, ante a produção atual de 140 milhões; o dado consolida a unidade como a maior na produção de biodiesel no País.
Outra gaúcha, a BSBios, também aumentará sua produção por meio da aquisição de uma unidade da Agrenco localizada no município de Marialva, no Paraná. A venda foi aprovada pelos credores da Agrenco na última semana. A BSBios já recebeu autorização da ANP para comercializar um volume maior de biodiesel.
A expectativa é de que com a venda da unidade de Marialva e a parceria com a multinacional suíça Glencore as fábricas da Agrenco do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul comecem a operar normalmente antes do final deste ano. A Glencore, por sua vez, finalizou a venda de suas ações na refinaria Reficar para a Ecopetrol em uma operação avaliada em US$ 549 milhões.